Do passado esqueceram-se, havia apenas aquele momento. O momento em que se olharam pela primeira vez. E foi como se um holofote acendesse e apagasse tudo em volta, revelando dois seres únicos. Com uma só rajada o Cupido moderno cumpria sua tarefa aproximando dois diferentes corpos. Pronto! explosão de cores, luzes piscando e o cintilar de neons. Da música abafada ao fundo ouvia-se apenas o ritmo dos movimentos um do outro, além das contrações angustiadas do órgão símbolo da paixão. Pela primeira vez entenderam o significado da expressão “borboletas no estômago”, até que a mais ousada resolveu sair e procurar conforto no ouvido de um deles. Não precisaram dizer uma palavra, reconheceram-se na linguagem do beijo. Foram eles apresentados pela vontade de estar perto um do outro. Depois de cessado um pouco a fome das bocas, construíram uma sonata com a ciência dos nomes. A partir dali inauguraram a sinfonia do diálogo, um concerto em forma de conversa. Trocaram números de telefone, e-mails, promessas de encontros futuros. Do antes se esqueceram, naquele momento o que importava era o presente com seu embrulho e laços. Laços que pelo destino começavam a ser atados. (por BRUNO MACEDO)
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