Palavras são como espelhos, na escrita refletem o que está dentro e fora de mim, no mundo real ou no meu imaginário. Aqui tento dar visibilidade ao oculto. E trazer à superfície a face anônima das imagens refletidas.
Preferida passagem da peça HAMLET de William Shakespeare:
“Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne é solução para almejar-se. Morrer..., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa idéia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa! Pois quem suportaria o escárnio e os golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente, se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte - terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou - que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados? De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a máscara do pensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o nome de ação perdem.”[...]
Quero deixar claro que os textos aqui escritos não têm nenhuma ligação direta com a vida do autor, fazendo parte apenas de sua imaginação criativa. Não tenho a pretensão de me considerar um escritor ou um grande poeta comparado aos meus ídolos, mas a intenção deste blog é fazer Literatura, ou seja, o autor do blog tenta escrever textos literários. Como sabemos a Literatura é a Arte das letras. Nesse blog são escritos textos no gênero poético. Na poesia é necessário não confundir o eu lírico com quem escreve. O que escrevo é uma mistura de realidade e ficção, sentimentos meus e coletivos, nem sempre o que é postado aqui tem haver com meu estado de espírito, apenas escrevo e “posto”. Lembre-se de Fernando Pessoa — O poeta é um fingidor — em “Autopsicografia”. Mas por que escrever? Clarice Lispector dizia que quando escrevia estava viva e quando não escrevia estava morta. Escrever é pra mim uma maneira de se comunicar, pois para que serve a linguagem, senão para esta finalidade. Talvez os textos, que aqui escrevo, tenham muito a dizer a vocês leitores, mas pouco diz sobre minha vida. A vida que é sempre muito mais do que palavras.
Meio nada Meio tudo Com medo do futuro No meio do caminho Correndo pra alcançar Algo que não sei explicar Algo que me faz falta Admito! Eu quero Não estou certo Não sou completo