Jogando e puxando a rede, como fizera todos os dias, foi que um dia ela veio parar em seus braços. Surpreendentemente uma sereia. Uma bela sereia de olhos encantadores e cabelos longos, longos. Logo não resistiu e levou para casa, hospedando-a na banheira: aquário de porcelana. À noite, no despertar de sonhos, despertou do sono. E seduzido por doce melopeia: seguiu sonolento até o banheiro. Lá estava sereia entre ladrilhos cantando e mirando lindo luar por entre janela. Sentiu ele vontade de penetrá-la, mas por metade peixe foi impedido.
Palavras são como espelhos, na escrita refletem o que está dentro e fora de mim, no mundo real ou no meu imaginário. Aqui tento dar visibilidade ao oculto. E trazer à superfície a face anônima das imagens refletidas.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Safári (Microconto Erótico)
Por entre as esquinas da vida um encontro. E logo um convite para conhecer o Éden. Não precisei ir tão longe. Fomos para a sua casa. E lá desvendamos mistérios de lendas e mitos. E rompemos tabus e regras. Não éramos animais aos pares sendo conduzidos para a Arca. Na savana dos lençóis éramos dois búfalos. Arfantes. Mas não disputávamos território, nem alimento. Bebíamos a água da mesma fonte. Matávamos a mesma sede. Puro desejo animal. Instintos aflorados na superfície dos corpos e no fundo das almas.
MEMÓRIAS DA RUA DO OUVIDOR
Rua do Ouvidor
A rua que tem
Ouvidos e pernas
Mas não tem olhos
À noite, todos os gatos
São pardos e todos
Querem a mesma coisa
Por que se esconder para
A prática do amor?
Já a violência caminha nas ruas
A nos assaltar sob a luz dos dias
Ah! Rua do Ouvidor
Se tu tivesses boca
O que dirias?
A rua que tem
Ouvidos e pernas
Mas não tem olhos
À noite, todos os gatos
São pardos e todos
Querem a mesma coisa
Por que se esconder para
A prática do amor?
Já a violência caminha nas ruas
A nos assaltar sob a luz dos dias
Ah! Rua do Ouvidor
Se tu tivesses boca
O que dirias?
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